O que não era para ser notícia: imagens que vazaram

Escolher como tema imagens que vazaram nos meios de comunicação foi um desafio interessante. Primeiro, ao decidir pelos três fatos analisados, a decisão de que as coberturas televisivas seriam nosso foco esteve baseada no pensamento que circula entre as reflexões sobre a mídia de que a TV somente noticia superficialmente o cotidiano. E logo encontramos casos bizarros e outros em que o espetáculo não programado tornou-se referência para a opinião pública.

Pensamos também no impacto que estas imagens poderiam causar durante a apresentação e despertar o interesse num debate, seja presencial ou através dos blogs. Neste momento surgiram idéias. O caso do acidente em Congonhas, os erros de Bush em seus discursos, o caso Ricupero, a morte de Saddam Hussein e a pérola do presidente Lula mastigando mamonas foram relembradas. Seguimos a lógica de falar de assuntos políticos ou até policiais. Lembramos os Richthofen.

A proposta sempre foi de abordar os acontecimentos em que a mídia exerceu mais do que o papel de divulgadora, mas também de sua participação na construção do final dessas histórias. Casos em que a vigilante passou a participar da notícia.

Momentos em que os meios de comunicação puderam estruturar uma imagem da realidade social, percebida como o real e que ajudaram a moldar e fomentar opiniões. A possibilidade da criação de uma narrativa própria apresentada aos telespectadores como possível verdade.

Em um estudo sobre escândalos, John Thompson ressalta as maneiras como as pessoas comuns assistem a escândalos midiáticos, e o tipo de importância que lhes atribuem, pode não coincidir com a maneira como esses acontecimentos são vistos pelos indivíduos e por quem trabalha na mídia.

Assim mesmo sendo companheiros, os meios de comunicação podem aterar o curso de um fato e provocarem efeitos colaterais mais poderosos que a mensagem pretendida. Isso porque as pessoas recebem essas informações de acordo com o roteiro (contexto) de suas próprias vidas.

Os resultados dessa influência podem ser divertidos, inesperados ou perigosos. O que contemplaria o poder entregue pela população aos veículos transmissores de informação: a credibilidade.

O jornalista Mário Rosa no livro A era do escândalo pensa que o escândalo serve para destacar a defesa do interesse público pelo jornalismo. Ao denunciar determinadas práticas, o jornalismo se legitima como agente de vigilância das instituições.

Acompanharemos três casos: os gestos obsecnos de Marco Aurélio Garcia, a parabólica de Ricupero e a farsa de Suzane Richthofen no Fantástico.

Original publicado em 02/out/2008 no http://mundoemidia.blogspot.com/2008/10/o-que-no-era-para-ser-notcia-imagens.html

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